Cantor, compositor, produtor cultural e mestre de capoeira. Com mais de 300 músicas gravadas por intérpretes da música popular brasileira, Tonho Matéria conquistou milhares de fãs no Brasil e no mundo. Atualmente, divide a liderança do grupo percussivo Olodum, transmitindo mensagens de libertação e igualdade social. Na entrevista a seguir, realizada no dia em que o Centro Histórico de Salvador recebeu uma nova estátua em homenagem à Zumbi dos Palmares, o artista opina sobre a valorização e a herança de lutas deixada pelo líder negro na sociedade atual.
Qual a importância desta homenagem a Zumbi para o povo da Bahia?
Tonho Matéria - É um ato de grande importância porque registra e simboliza a nossa luta árdua do dia-a-dia na busca de políticas públicas e ações afirmativas para as comunidades carentes. A missão de Zumbi era um Brasil livre, independente, onde todos tivessem um pensamento único sem segregação. Mas isto não aconteceu porque o regime escravocrata fez com que a gente perdesse até a nossa identidade. A ONG A Mulherada conseguiu, com esse ato, trazer a imagem de Zumbi, fortalecer a nossa história e fazer com que ela não termine aqui, prossiga. Que outros Zumbis aconteçam e que séculos e séculos venham. Que as comunidades, as escolas, o governo e todo mundo comece a refletir que é preciso uma mudança, onde a gente não tenha mais o modelo eurocêntrico, mas sim um modelo libertário. E é isso que a imagem de Zumbi nos remete agora.
Essa busca por mudança e por políticas públicas voltadas para a valorização do negro é um dos legados de Zumbi?
TM - Claro. A luta de Zumbi foi buscar a resistência, a liberdade do negro ainda em cativeiro e fazer com o governo daquela época entendesse que a gente tinha que ter homens livres de pensamento e de idéias. E a gente não teve esse momento. Então nós estamos tentando buscar, através dessa nova imagem de Zumbi, esse auto-resgate.
Você acha que essa estátua vai ajudar o negro a se valorizar ainda mais?
TM - Sim, porque vendo essa imagem, o negro vai se auto-retratar e se fortalecer. A gente não pode parar, tem que continuar.
Na sua opinião, a Praça da Sé, no Centro Histórico de Salvador, foi o lugar ideal para receber essa homenagem?
TM - Sim, porque aqui nós estamos próximos ao Pelourinho, onde transitaram negros que formaram diversas rebeliões, como a Revolta dos Malês, Revolta dos Búzios, a luta dos capoeiristas, a busca por liberdade pelos negros que sofreram no pelourinho. Então nada mais justo que a Praça da Sé, uma via onde passam milhões de pessoas. Essa imagem vai ser vista todos os dias e as pessoas vão se auto-retratar através dela.
A maioria das músicas do Olodum retrata a história do negro e de suas lutas. Existe alguma com este enfoque que seja sua preferida?
Qual a importância desta homenagem a Zumbi para o povo da Bahia?
Tonho Matéria - É um ato de grande importância porque registra e simboliza a nossa luta árdua do dia-a-dia na busca de políticas públicas e ações afirmativas para as comunidades carentes. A missão de Zumbi era um Brasil livre, independente, onde todos tivessem um pensamento único sem segregação. Mas isto não aconteceu porque o regime escravocrata fez com que a gente perdesse até a nossa identidade. A ONG A Mulherada conseguiu, com esse ato, trazer a imagem de Zumbi, fortalecer a nossa história e fazer com que ela não termine aqui, prossiga. Que outros Zumbis aconteçam e que séculos e séculos venham. Que as comunidades, as escolas, o governo e todo mundo comece a refletir que é preciso uma mudança, onde a gente não tenha mais o modelo eurocêntrico, mas sim um modelo libertário. E é isso que a imagem de Zumbi nos remete agora.
Essa busca por mudança e por políticas públicas voltadas para a valorização do negro é um dos legados de Zumbi?
TM - Claro. A luta de Zumbi foi buscar a resistência, a liberdade do negro ainda em cativeiro e fazer com o governo daquela época entendesse que a gente tinha que ter homens livres de pensamento e de idéias. E a gente não teve esse momento. Então nós estamos tentando buscar, através dessa nova imagem de Zumbi, esse auto-resgate.
Você acha que essa estátua vai ajudar o negro a se valorizar ainda mais?
TM - Sim, porque vendo essa imagem, o negro vai se auto-retratar e se fortalecer. A gente não pode parar, tem que continuar.
Na sua opinião, a Praça da Sé, no Centro Histórico de Salvador, foi o lugar ideal para receber essa homenagem?
TM - Sim, porque aqui nós estamos próximos ao Pelourinho, onde transitaram negros que formaram diversas rebeliões, como a Revolta dos Malês, Revolta dos Búzios, a luta dos capoeiristas, a busca por liberdade pelos negros que sofreram no pelourinho. Então nada mais justo que a Praça da Sé, uma via onde passam milhões de pessoas. Essa imagem vai ser vista todos os dias e as pessoas vão se auto-retratar através dela.
A maioria das músicas do Olodum retrata a história do negro e de suas lutas. Existe alguma com este enfoque que seja sua preferida?
TM - Tem sim! “General negro dos palmares / Grande líder dos quilombolas / Lutou e morreu pela defesa / E pela liberdade / Dos seus irmãos”. É uma música maravilhosa do Germano Meneghel. E o Olodum está nessa luta por liberdade do negro nesse mundo moderno, com várias tecnologias que ainda oprimem. A voz do tambor do Olodum diz para as comunidades que é preciso, através da música, buscar a força de Zumbi para encontrar a liberdade.
Do Pelourinho para o mundo.
TM - Exatamente. Essa é a missão do Olodum!
O mestre de capoeira com o Grupo Mangangá
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