quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Moradores do pelô sofrem com falta de serviços

Ibahia

A convivência com os usuários de drogas e pedintes que assusta os visitantes não incomoda os moradores do Centro Histórico de Salvador tanto quanto a deficiência de serviços básicos. Padaria, farmácia e supermercado, por exemplo, dificilmente são localizados entre as muitas lojas de artesanato, bares e galerias de arte da região.

Dados do escritório de referência do centro antigo indicam que 13.520 pessoas vivem na região, segundo levantamento do Censo 2000, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Os moradores só encontram suporte de comércio no entorno do Centro Histórico”.

O centro comercial é feito para o turista como um grande shopping center ao céu aberto, mas é fundamental perceber que existem pessoas morando aqui que necessitam comprar alimentos e remédios”, reclama a professora Gecilda Melo, 57, presidente da Associação dos Moradores e Amigos do Centro Histórico de Salvador (Amach).

A representante da comunidade, que há 22 anos mora na Rua 28 de setembro, reclama que, como início da 7ª etapa de revitalização do Centro Histórico, em 1995, diversos pequenos comércios que abasteciam o bairro foram retirados junto com os moradores.

“Ficou difícil comprar pão, por exemplo, porque aqui só tem duas padarias para atender todo mundo. Quando o pão acaba nessas, temos que ir para a Barroquinha”, explica a professora.

Há 12 anos residindo no Centro Histórico, a vendedora ambulante Nailda Souza Santos, 52 anos, precisa caminhar muito para fazer as compras do mês para sua família. “Aqui perto não tem nenhum grande supermercado. Preciso ir para a Calçada para fazer as compras. Farmácia aqui é artigo de luxo, pois a única que tem é feita para atender o turista. Quando preciso de remédio, tenho que ir para a Avenida Sete de Setembro”, relata a moradora da Rua 28 de Setembro.